Importante falar sobre TEA

31/01/2025

Okay, eu sei. Esse deveria ser um blog sobre arte digital, especialmente sobre animação, que é a minha área de atuação, e inicialmente discutiria apenas isso e nada além disso, mas artistas possuem desafios pessoais com os quais devemos lidar dia após dia, e no fundo não somos mais do que apenas seres humanos e nossa humanidade tentando enfrentar os conflitos em nossas mentes criativas. Não é o mouse, a caneta da mesa digital, os atalhos do software, os keyframes ou a poligonagem dos modelos, não são esses os grandes desafios de nossas vidas artísticas, mas sim as nossas características humanas.

Assim, me ocorreu ser pertinente e até necessário que eu compartilhe aqui nesse espaço algumas das minhas características que certamente são partilhadas por muitos outros artistas, e das quais ,talvez, a exposição possa ajudar outros colegas a lidar com os desafios resultantes destas.

E nada, absolutamente nada teve maior reflexo em toda a minha vida quanto a neuro divergência que me acompanha nessa existência, o TEA, ou Transtorno do Espectro Autista para os mais chegados. Foi esse chazinho – do inglês "tea" – quem praticamente me direcionou até minha profissão, ajudou no meu desenvolvimento como artista e, não satisfeito em ser muito protagonista na minha história, fez também os ares de vilão ao me apresentar as inúmeras dificuldades com as quais tive de conviver ao longo de todos esses anos. Nada mais justo que expô-las aqui nesse espaço onde elas talvez possam ser identificadas por outros artistas, também enfrentadores das mesmas.

Abro meu coração à vocês e me apresento. Me chamo Alexandro e sou apenas mais um entre os milhões de artistas dentro do espectro.